domingo, 6 de fevereiro de 2011

à margem da parábola Mt 5, 13-16

“Sejam sempre capazes de sentir profundamente qualquer injustiça praticada contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Essa é a qualidade mais linda de um revolucionário."
Pode até parecer uma das tantas seentenças do Concílio Vaticano II, precisamente da Gaudium et Spes:  “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas
e as angústias dos discípulos de Cristo...” .


Nada a ver! A primeira frase é um trecho da última carta na qual Ernesto Che Guevara despedia-se dos filhos antes de ser morto na Bolívia dois anos depois da redação do documento conciliar.

Tudo a ver! Os discípulos de Jesus teriam mais motivos ainda para tornar próprias essas palavras: todas as angústias do mundo são suas angústias, todas as alegrias são suas alegrias, todos os sonhos são os seus sonhos.

Hoje, o cristão é chamado, por vocação, mais do que qualquer outra pessoa, a ser universal, ou seja, uma pessoa que tem responsabilidade não só sobre si, mas sobre o mundo inteiro, através de suas opções, suas atitudes, sua consciência e seus compromissos.

Ser “ sal da terra e luz do mundo”,  numa época de globalização como a nossa, é reconhecer que não é mais possível pensarmos em termos paroquiais, regionais ou nacionais: são pequenos demais.
A energia e as potencialidades do sal e da luz da parábola evangélica seduzem e apaixonam. E a paixão pelo mundo, própria da vocação cristã que se expressa no sentir e no vibrar profundamente pela humanidade inteira, e em ser capaz de realizar gestos simples, ousados e concretos de solidariedade e de partilha com os outros povos. Em outras palavras, "pensar mundialmente e agir localmente".

È minha última reflexão neste domingo 06/02/11, à margem da parábola do sal e da luz. Será que Jesus não queria dizer mais ou menos assim:

" Vós sois o equilíbrio da terra. Ora, se vocês se tornarem desequilibrados, como a equilibraremos?"

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