Só espero que o novo debate sobre o porte de armas e a perspectiva de um novo plebiscito não seja mais um apressado remendo, bem ao gosto de alguns políticos oportunistas, a reboque da comoção nacional pelo triste episódio do Realengo.
Já houve e continua havendo muitos interesses inconfessáveis, escorados na falácia de quem continua alardeando que para se defender de bandido o único jeito é armar o cidadão. É o que afirma o vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Segurança e Defesa, Carlos Afonso Gambora: “Você tem de ter a arma em casa não pra agredir ninguém, mas pra se defender”. Mais do que subliminar, é uma escancarada propaganda explicita.
O Jornal O POVO de hoje afirma: “ De acordo com a Polícia Federal, em janeiro deste ano havia 1,8 milhão de armas de fogo com registro válido em todo o Brasil. O primeiro lugar é o Rio Grande do Sul, com 344 mil armas. O segundo é São Paulo, com 338 mil”. Com 27,7 mil unidades, o Ceará só perde para a Bahia. É muita arma solta para quem sonha um Brasil de Paz!
Mesmo faltando estatística confiável, me atrevo a perguntar - quantas destas armas vão acabar nas mãos dos “fora da lei”?
Enquanto isso, a possibilidade de um novo plebiscito, previsto para o próximo mês de outubro, irá reabrir as discussões sobre vantagens e prejuízos na comercialização de armas. Não por último, se vale a pena ou não desperdiçar dinheiro com campanhas, material publicitário, seções eleitorais e o escambal. Tudo indica que, entre tantos bens de consumo, a vida humana é só mais um.
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