sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Extermínio de adolescentes

O último foi um garoto, de apenas 12 anos, executado sumariamente por traficantes, na semana passada, no Barroso. Estatísticas oficiais acusam que, em 11 meses, chega a 175 o número de adolescentes, de 12 a 18 anos, executados na Grande Fortaleza. Só no mês de outubro passado foram 28. A dinâmica, quase sempre a mesma: uma moto, motorista de capacete, vários tiros no corpo. Uma média de 16 assassinatos a cada mês. Um crime a cada 48 horas. 
Cenas de corpos estendidos em poças de sangue tornam-se comuns em Fortaleza. Desde o centro da capital até o Bom Jardim (chamado não sei por que “Território da Paz”), qualquer bairro da capital pode ser o cenário das execuções.  Preocupante rodízio! Às lágrimas amargas de tantas famílias, destruídas pela dependência química de milhares de adolescentes consumidos pelo uso do crack e da cocaína, acrescenta-se, hoje, o sangue e a brutalidade de tantas mortes prematuras.


A Perícia Forense confere quantos tiros de pistola e a trajetória das balas enquanto a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) atualiza os relatórios das  ocorrências.Às demais áreas da Segurança Pública só resta a certeza de que, a maioria dos assassinatos de adolescentes está diretamente ligada ao tráfico de entorpecentes. E, por que não ao tráfico de armas?
Enquanto isso os traficantes podem contar a qualquer instante e em qualquer ponto da cidade com assassinos frios e sempre prontos a executar aqueles que, por algum motivo, não pagam o que devem. Com medo de represálias, os moradores desses locais preferem manter o silêncio, o que torna difícil para a Polícia a tarefa de identificar os criminosos. Assim, os assassinatos de jovens têm se tornado quase uma rotina e os autores cada vez mais misteriosos.
A bem da verdade, está de parabéns a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará através do trabalho entre a Denarc e a Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin) que, está quebrando a cada mês o recorde no número de apreensão de drogas no Estado.
Menos visível, porém, parece o empenho eficaz para descobrir os exterminadores de moto e capacete. Quem sabe, mais campanas nos arredores das “bocas de fumo” cujo endereço todo o mundo conhece, não daria algum resultado a mais?   A impressão é que à execução sumária dos adolescentes da classe pobre corresponde, também, uma “sumária investigação”.

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