Uma estrela brilha aos desesperados
Aos que tem sede de justiça e paz
Uma estrela brilhou aos presidiários, jogados, esquecidos
Brilhou a lembrança dos torturados,
Dos depoimentos dos sufocados, dos gritos dos suicidados da repressão.
Para a juventude exterminada, uma estrela teimosa brilha
Uma estrela brilhou no calor da multidão de junho,
E na ternura junto ao povo em Copacabana.
Uma estrela brilhou no grito por reforma política,
Nas instituições vultosas… e também na rodoviária
Brilhou sobre os Quilombos, irradiando a cor negra da alma,
E sobre a marcha dos guerreiros guajajara
Não sobre o ouro, as jazidas, os diamantes,
Mas sobre o húmus e as montanhas que lhe guardam
Muito além da luz de Fukushima
E na amizade dos parceiros da Inglaterra
Não deixe de brilhar sobre as prostituídas, vendidas, traficadas,
Não deixe de brilhar um instante sequer
É estrela singela, às vezes imperceptível,
Se às vezes pra percebê-la é preciso atentar
Em outros momentos ela atordoa e ofusca.
Mas não vale ela por ela mesmo
Não tem em si brilho próprio, mas do Verbo
É lamparina no caminho de Emaús e do sertão
É fagulha, na fogueira da manjedoura
Sobre um lugar pequeno
Em gestos pequenos.
E sorri o Deus Menino
Os que conseguem encará-la leem além do brilho
A mensagem de Justiça e Paz
Aos Homens e às Mulheres
Feliz natal e um ano de 2014 repletos de fome e sede de justiça e paz!
Mensagem da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB
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