domingo, 20 de abril de 2014

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI 
DAS FLORES

Nada contra o evangelista Lucas, tão brilhante ao narrar a infância do Filho do Homem.
Nas versões das várias aparições do ressuscitado, no entanto, sou mais o meu homônimo Marcos que inverte a história deixando bem claro aos cristãos de todos os tempos que é inútil tentar “segurar” o Cristo glorioso que deixou o sepulcro vazio, por medo de perdê-lo.

Depois da Páscoa, é preciso voltar a aprender tudo de novo com o Jesus histórico, aquele que viveu na Galiléia. Foi lá que transcorreu sua infância e adolescência. Quantas idas e voltas, lago adentro. E sempre caminhando sem cansar, pregando, curando, “passando fazendo o bem”.

Para entender o Jesus glorioso precisamos revisitar seus caminhos, compreender e imitar o Jesus humilde e muito humano da Galiléia.   Viveu em nosso meio, encarnou-se sem demagogia, partilhou o dia a dia, alegrou-se, chorou, tudo isso na Galileia.

Se nos perdermos nos aleluias eufóricos da ressurreição, estaremos  esquecendo que, para chegar lá, Ele não arredou os pés das estradas empoeiradas da Galilia, não desviou os olhos apressadamente nem deixou de tocar as feridas de tanta gente caída à beira da estrada. Fugir das galileilas da vida é transformar o ressuscitado num fantasma.
O Cristo glorioso é o mesmo Jesus da história, assim como o Jesus morto na história é o mesmo que é glorioso. É um só Senhor! Amém.


Feliz Páscoa nas galileias da vida.


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