To Be Or Not To Be
Meditando mais uma vez Mateus 25, 31-46 proclamado hoje nas igrejas católicas, não canso de contemplar esse diálogo fascinante que sintetiza cabalmente todo o Evangelho de Jesus de Nazaré. Por analogia e, com todo o respeito, me permito chamar o Juízo Final de: “O ÚLTIMO ENEM” e tranquilizar a meia dúzia dos meus leitores que, graças a Deus, o gabarito já vazou nas redes sociais há muito tempo. Fácil. Uma dúzia de questões, dispensando até a redação. “Naquele dia”, enciclopédias, tratados, manuais ou qualquer outro calhamaço nada acrescentará à defesa. Tampouco toda literatura e adereços religiosos.
Falando sério, se o centro do Evangelho é o amor prático e solidário aos necessitados, todo e qualquer gesto humano feito sem duplas intenções é o decisivo diante do Senhor da história. Gestos de ternura que podem brotar de qualquer coração com ou sem práticas ou motivos religiosos. O Evangelho não deixa dúvidas. Só vale o que temos feito ou deixado de fazer.
Mais surpreendente e escandaloso ainda é saber que o que se faz ou se deixa de fazer aos necessitados, está sendo feito ou não feito ao próprio Deus encarnado em Cristo.
Em cada pessoa que sofre é o próprio Filho do Homem que estende a mãos com olhos de súplica e de dor. “Nada nos aproxima mais Dele que aprender a olhar demoradamente o rosto dos que sofrem, com compaixão”.(J.A. Pagola).
Estou saindo de casa para celebrar a Eucaristia na comunidade. Abafada pelos microfones ensurdecedores do ministério da música, os fiés cantarão com unção: “Jesus, rosto divino do homem; Jesus, rosto humano de Deus”.
Cá com os meu botões,
em nenhum lugar,
que não seja o território dos necessitados,
poderemos reconhecer
com mais verdade
o rosto de Jesus.
Quem quiser que acredite.
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