domingo, 4 de janeiro de 2015


Hoje é dia de Santo Reis

Confesso que estou ficando cada dia mais arredio ao retorno galopante de tanto ritualismo nas liturgias católicas. Deixando a quem quiser o cálculo das minhas não poucas primaveras, só quero lembrar que tanta romanização não fazia mais sentido já nos meus tempos de coroinha.

Hoje, festa litúrgica da Epifania do Senhor, amanheci matutando isso comigo mesmo. E, sem desmerecer a solenidade da comemoração e pedindo vênia a algum eventual meu leitor “romanizado”, minha fértil imaginação me conduziu bem no meio da caravana dos Reis Magos (não está escrito que eram três), seguindo juntos a estrela guia e embalados por melódicas toadas bem mais expressivas e animadoras do que tantos repertórios igrejeiros insossos sob todos os aspectos.

É quase meio dia e continuo matutando:

É possível ir ao encontro do recém- nascido sozinhos, preferindo um par de asas brancas aos pés descalços e calejados que nunca deixam de pisar os terrenos acidentados da vida?

Como encontrar o recém nascido nas milhares de Belém onde homens e mulheres não encontram hospedaria e crianças ainda têm que nascer em manjedouras e morrer de frio e fome se, por falta de ousadia, preferimos nossos cômodos atalhos aos perigos da estrada que conduz ao  Filho do Homem?

Vou parar por aqui. Do saudoso Tim Maia tomei emprestado o começo; deixo a Ivan Lins o resto. 


A bandeira do Divino


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