Continuo tendo minhas dúvidas e perplexidades toda vez que a mídia traz à tona (e por vezes á toa) o posicionamento oficial da Igreja Católica relativo a temas inerentes à questão do exercício da sexualidade dos filhos e filhas do bom Deus. Tema este que diz respeitos não só aos católicos mas a toda e qualquer criatura humana. De um lado, a pretensão de educar as novas e as velhas gerações repetindo argumentações desgastadas, às vezes porque inoportunas, outras vezes porque anacrônicas. Do outro lado, a cúmplice ridicularização de um assunto que, por ser de primordial importância nunca deveria ser tratado, pela mídia, de forma debochada e irresponsável.
Apesar do indiscutível papel histórico de educadora das consciências e dos comportamentos humanos, na minha pobre opinião, a Igreja católica continua pecando pela sua incapacidade de aceitar a dialética da vida humana e, trilhando o caminho do diálogo humilde e desarmado, buscar respostas mais adequadas e menos dogmáticas e intolerantes. Me pergunto, que espaço os donos das verdades religiosas estão deixando à liberdade de consciência de seus fiéis adultos sem que paire sobre eles o medo do inferno, a exclusão dos sacramentosou algum outro anátema?
Mas pecam muito mais, por leviandade e descompromisso, certos comunicadores cuja habilidade continua sendo a de confundir e desviar à atenção da população dos verdadeiros problemas que ameaçam a humanidade e o planeta. Todo este preâmbulo foi só para dizer que adorei a resposta tempestiva do jornalista alemão Peter Seewald que qualificou de “penoso e ridículo o enfoque da mídia à questão do uso do preservativo, apesar da ampliação dos temas abordados no livro de entrevistas com o papa. “Nosso livro aborda a sobrevivência do planeta ameaçado, o papa faz um apelo a toda a humanidade, nosso mundo desmorona e a metade dos jornalistas não se interessa senão pela questão do preservativo”, lamentou o jornalista na apresentação do livro "Luz do mundo".
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