segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Há algo de podre no reino da Dinamarca...


Já dizia Willian Shakspeare,  em uma de suas obras mais famosas: o Hamlet. Pela boca do personagem título da estória, Shakspeare pretendia retratar uma realidade de corrupção, de  traições e de assassinatos que ocorriam nos bastidores da Dinamarca. Não é preciso muito esforço para fazer uma analogia com tudo que se passa nos bastidores dos três Poderes da nossa Pátria amada salve, salve! A matéria publicada nas últimas edições do Diário do Nordeste diz respeito ao Sistema Penitenciário do Ceará. Nosso Estado, felizmente (ou infelizmente) não é o pior no ranking penitenciário. Pasmem! Os ilícitos apreendidos são repostos sistematicamente em igual ou maior quantidade.

Sejus já apreendeu 248 celulares nos presídios

Diário do Nordeste 7/08/011 


Em 64 vistorias realizadas nos últimos seis meses em sete unidades prisionais do Estado do Ceará, 248 aparelhos de telefones celulares foram apreendidos em poder de detentos. Os telefones estavam dentro das celas e possivelmente sendo utilizados para a prática de golpes que partiam de trás das grades.
"Para cada aparelho deste, havia, pelo menos, um chip. Além de outros 225 que apreendemos", revela o coordenador do Sistema Penitenciário do Estado, Bento Laurindo.
Os números correspondem às vistorias realizadas naquelas que são consideradas as maiores unidades prisionais do Ceará pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), Institutos Presídios Professor Olavo Oliveira I e II, Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) I, II e III e a CPPL de Caucaia.

Flagrantes

Durante os procedimentos, também foram apreendidos 180 carregadores para celulares e 90 baterias, além de drogas e armas. "Constatamos a utilização de diversos artifícios para drogas e celulares chegarem aos presos. Visitantes já foram flagrados nas situações mais absurdas possíveis. Tivemos um caso, por exemplo, de uma senhora que carregava uma Bíblia para dentro da unidade. Algumas páginas do livro estavam coladas e havia cocaína entre elas. Há, ainda, o que chamamos de ´rebolo´. São as pessoas que passam ao lado do presídio e jogam o objeto por cima do muro", destaca Laurindo.

O mais grave para o coordenador são as vezes em que se confirma a participação de agentes penitenciários ou outros trabalhadores da unidade na entrega de material ilícito para os presos. "Para combater isto, criamos, em março deste ano, a Coordenadoria de Inteligência Prisional. Contamos com a ajuda da Coordenadoria de Inteligência da SSPDS para algumas investigações e trocamos informações. Nosso objetivo é tirar de circulação todas as pessoas que possam estar sendo nocivas ao Sistema Penitenciário". Das 64 vistorias realizadas entre janeiro e junho deste ano, 53 foram vistorias gerais e 11 do tipo ´anti-fuga´.

"Ocorre, ainda, a ação pontual dos agentes penitenciários que apreendem diariamente materiais nos presídios, durante as revistas nos visitantes", lembra Bento Laurindo. As vistorias ´anti-fuga´ também são conhecidas como ´bate-grade´. "É uma ação rápida, os agente saem batendo nas grades para detectar barras de ferro soltas e, desta forma, evitar que os presos escapem". Através do Nused (Núcleo de Segurança e Disciplina), são deslocados agentes penitenciários do GAP (Grupo de Apoio Penitenciário), que são treinados e capacitados para escolta, segurança e vistorias.

Drogas
Também durante os procedimentos no primeiro semestre de 2011, uma grande quantidade de drogas - em pequenas porções - foi encontrada em poder dos presos. Ao todo, 262 comprimidos psicotrópicos, 730 gramas de cocaína, 61 pedras de crack e, ainda, 783,5 gramas de maconha. "Também foram achadas duas unidades do que suspeitamos ser oxi, mas não há confirmação, o material está em análise ", diz Laurindo.
A Sejus tem recebido apoio da Polícia Militar durante as vistorias. Equipes do Batalhão de Choque são acionadas.



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