quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

pra não dizer que não falei da greve da PM

Pingos e respingos (1)

Premissa um: sei que tem policial e policial, assim com tem padre e padre, juiz e juiz e por aí vai. Mas confesso que nunca morri de amores pela Polícia Militar, nem pelo Glorioso Exército Brasileiro. Nem antes ou durante, nem após a infame ditadura. O mesmo diga-se da Polícia Civil. Assim mesmo, tenhos amigo verdadeiros em ambas. Já os bombeiros, não sei por que, os vejo com um pouco mais de simpatia. Premissa dois:  qualquer ponto de vista é unicamente uma leitura a partir de um “ponto”. Tomo então a liberdade de dar meus pitacos a respeito da recente greve da corporação militar.

*  Qualquer semelhança não é mera coincidência. Mal se apagam as luzes da greve da PM, reacendem-se os brios da Polícia Civil que já afirmou em alto e bom som que não irá deixar por menos. Talvez os policiais civis vão precisar de doze dias para conseguir o que os milicos conseguiram em seis. 

Só pra refrescar a memória: por que 62 dias de greve dos professores tiveram menos peso e comoção geral do que seis dias de paredão da PM?

*  Segurança e Violência versus Educação e Ignorância. Primeiro o ovo ou a galinha?

Concordo plenamente com o jornalista Fábio Campos quando sentencia: “Polícia Militar não faz greve. Faz motim, que se caracteriza por atos explícitos de desobediência à autoridades constituídas ou contra a ordem pública. Pelo Código Militar, o motim ocorre quando a tropa (ou parte dela) desobediente ocupa quartel, arsenal ou estabelecimento militar. Precisamente foi o que ocorreu.” (O Povo 05/01 pág.24)

Por muito menos, quando nos “protestos populares” os manifestantes adentram na Assembléia Legislativa - pomposamente chamada Casa do Povo - ou em outros logradouros públicos, em nome de ordens superiores, a mesma PM não poupa cassetetes, gás lacrimogêneo e balas para resguardar o patrimônio púbico.Desobediência por desobediência, bem que ´poderia desobedecer. As greves populares agradecem.

Solidariedade? Oportunismo? Politicagem? Alzheimer precoce? Têm centrais sindicais que continuam metendo os pés pelas mãos. Vivendo e não aprendendo.

Pasmem! Esses meus olhos que a terra um dia há de comer, viram uns maus repórteres de TV aplaudindo as ”heróicas  mulheres de policias” enquanto esvaziavam os pneus a fim de inutilizar as viaturas do Ronda. Outras mulheres em outras greves menos midiáticas, nunca  passaram de “baderneiras”.

E a anistia geral e irrestrita para os militares paredistas? O Governo garante! Enquanto isso, não são poucos os sindicatos de trabalhadores respondendo a processo por greves declaradas ilegais ou por prejuízos ao patrimônio público. E multas caras, viu!

Cá pra nós: Carta magna continua sendo Carta magna? E o Estado, ainda é de direito?

Não resta dúvida que a questão das Polícias tem que ser repensada com urgência, radical e multidisciplinarmente...sem medo de ser feliz! Tudo isso é para ontem.

                                                      
                                          Mais pingos e respingos vêm aí.

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