sábado, 31 de março de 2012

semana santa

            
(1º ato)
                         Um caminho que se eterniza...


Comentário do padre canadense Raymond Gravel, às leituras do Domingo de Ramos 2012 (Mc 11,1-10 e Mc 14,1-15,47) Tradução de Susana Rocca. Para facilitar a "meditação", vou postar o comentário em doses homeopáticas, até o final deste domingo 01 de abril de 2012.


  
                                                                                              

É o início da Semana Santa, da Grande Semana em que nós lembramos o evento fundante da    nossa       vida cristã: a Morte-Ressurreição de Cristo; é a ocasião na qual nós nos lembramos deste caminho de cruz que se eterniza... Neste domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, esta festa já marca o duplo evento, que não pode ficar separado na nossa fé cristã: a morte-ressurreição. O paradoxo dessa festa se expressa através da contradição de multidão que, por momentos, aclama o Cristo como rei com ramos nas mãos, que grita pedindo que o crucifiquem como um bandido qualquer com os punhos fechados.

Mas, atenção! Esses dois eventos narrados por São Marcos são narrativas teológicas, não são históricas no sentido material do termo, mas que querem nos dizer algo da nossa realidade humana contemporânea. Foram compostas à luz da Páscoa e é na luz da Páscoa que devemos interpretá-las. Os Ramos e a Paixão são duas festas diferentes que foram postas juntas a partir do décimos século na Igreja latina.

A festa de Ramos tem origem na festa judaica das Tendas ou dos Tabernáculos, onde os judeus, no mês de setembro, faziam grandes procissões com os ramos nas mãos no intuito de celebrar o fim das colheitas e para se lembrarem da estadia dos Israelitas no deserto. O evangelista Marcos aplicou, então, a Jesus Ressuscitado essa procissão de ramos, para sublinhar o evento teológico da sua morte-ressurreição. Essa festa dos Ramos, os cristãos do terceiro século a celebravam no domingo precedente à Páscoa. A festa da Paixão, com seu caminho de cruz, era celebrada em Roma a partir do quarto século, no momento da conversão do imperador Constantino. Essa festa marcava a entrada da Igreja na Semana Santa. A partir do século X, as duas tradições se juntaram oficialmente na Igreja latina, e no século XVI encontramos a dupla festa no missal romano. O Papa Pio XII, em 1955, marcou os ritos que foram adaptados em 1970, com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Essa é a história da festa de hoje...
 Mas, em 2012, o que podemos resgatar dessa dupla festa?

 Nos ensinaram a ter respostas para tudo. Há momentos em que devemos aceitar o desafio de ter perguntas para tudo!
                                                                                                                            (continua)   

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