Por um Sistema Prisional mais humano
Caracas, 27/09/2013
Um novo apelo urgente pelo episcopado católico chega à Venezuela sobre a
situação das prisões. Esta é uma realidade difícil em que
coexistem diversos problemas: violência superlotação, falta de alimentação
adequada para os atrasos processuais e da humilhação sofrida por suas famílias. Em várias ocasiões, a Conferência Episcopal fez ouvir a sua voz em
defesa da dignidade dos presos, pedindo a criação de um sistema que protege os
direitos da maioria das pessoas.
Durante a festa de Nossa Senhora da Misericórdia, celebrada no dia 24 de setembro, o Comissão Justiça e Paz publicou uma declaração que enfatiza "a preocupação com a realidade das prisões", acrescentando o apelo "às instituições relevantes para garantir a vida e os direitos daqueles que foram privados de sua liberdade."
prisão de Maracaibo |
A nota contém em si alguns dados que a "fotografia" da realidade em
toda a sua dimensão dramática. Segundo o Observatório Venezuelano de
Prisões, as prisões podem acomodar 16.539 detentos, mas ao invés disso eles são
atualmente o lar de 52.933. Outro problema diz respeito ao tempo da
Justiça: 60 por cento da população carcerária tem mais de dois anos de prisão e
ainda aguarda uma decisão. E, novamente, há o problema mais dramático,
o que dizer da violência: em 2012, apenas 600 pessoas morreram, o que
representa o valor mais elevado dos últimos 14 anos. Muitas vezes, essas violações ocorrem porque as mesmas autoridades não
conseguem manter um nível adequado de segurança.
Nos últimos dias, por exemplo, um “acerto de contas” entre presos dentro
da instituição de Sabaneta, a prisão de Maracaibo, uma cidade a oeste da
Venezuela, resultou na morte de dezesseis pessoas.
Por esta razão, na sua nota, os bispos embora reconhecendo os esforços
que o Ministro de Assuntos Penitenciários esta fazendo, acredito que os
resultados até agora “não é suficiente” e instou as autoridades “para dar
respostas substantivas que levam a uma verdadeira transformação das prisões”, a
fim “para superar as condições desumanas em que vivem aquele que estão privados
de liberdade”.
(© L'Osservatore Romano, 28 de setembro de 2013)
Conforme relatório do Observatório Venezuelano das Prisões (OVP), nos 34 centros de detenção do país, que tem cerca de 29
milhões de habitantes, 591 pessoas morreram e 1.132 foram feridas em 2012, o
que compara com 560 mortos e 1.457 feridos em 2011, segundo um balanço feito
pela ONG, dada a falta de estatísticas oficiais.
Enquanto isso...
... no Brasil, onde a população carcerária já vai além de meio milhão, a situação não é diferente. Apesar do silêncio e da indiferença de muitos "pastores e católicos praticantes" a Pastoral Carcerária presente em quase todas as dioceses, continua escutando o grito do encarcerado "estava preso e vocês me visitaram" e denunciando em alto e bom som a barbárie do Sistema Penitenciário Brasileiro.
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