Trecho da mensagem final de papa Francisco à conclusão do3º
Encontro Mundial de Movimentos Sociais que que contou com representantes de 65
países
Vaticano 05/11/2016
“...Quem governa então? O dinheiro. Como governa? Com o
chicote do medo, da desigualdade, da violência econômica, social, cultural e
militar que gera sempre mais violência em uma espiral descendente que parece
não acabar nunca. Quanta dor, quanto medo! Existe – disse recentemente – existe
um terrorismo de base que deriva do controle global do dinheiro sobre a terra e
ameaça toda a humanidade. Deste terrorismo de base se alimentam os terroristas
derivados como o narco-terrorismo, o terrorismo de Estado e aquele que alguns
erroneamente chamam terrorismo étnico ou religiosos. Nenhum povo, nenhuma
religião é terrorista. É verdade, existem pequenos grupos fundamentalistas de
todas as partes. Mas o terrorismo inicia quando “é expulsa a maravilha da
criação, o homem e a mulher, e colocado ali o dinheiro. Tal sistema é
terrorista”.
“Nenhuma tirania, nenhuma tirania se sustenta sem explorar
os nossos medos. Isso é chave. Disto o fato de que toda a tirania seja
terrorista. E quando este terror, que foi semeado nas periferias são com
massacres, saques, opressão e injustiça, explode nos centros com diversas
formas de violência, até mesmo com atentados odiosos e covardes, os cidadãos
que ainda conservam alguns direitos são tentados pela falsa segurança dos muros
físicos ou sociais. Muros que fecham alguns e exilam outros. Cidadãos murados,
aterrorizados, de um lado; excluídos, exilados, ainda mais aterrorizados de
outro. É esta a vida que Deus nosso Pai quer para os seus filhos?
"O medo é alimentado, manipulado... Porque o medo, além de ser
um bom negócio para os mercadores das armas e da morte, nos enfraquece, nos
desestabiliza, destrói as nossas defesas psicológicas e espirituais, nos
anestesia diante do sofrimento dos outros e no final nos torna cruéis. Quando ouvimos
que se festeja a morte de um jovem que talvez tenha errado o caminho, quando
vemos que se prefere a guerra à paz, quando vemos que se difunde a xenofobia,
quando constatamos que ganham terreno as propostas intolerantes; por trás desta
crueldade que parece massificar-se existe o frio sopro do medo"...
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