EU ACREDITO na RAPAZIADA
Hoje, 24/03/2018, quero comemorar o 38°
aniversário do brutal assassinato de OSCAR ROMERO (El Salvador 24/03/1980), trazendo à
memória seu último grito angustiado e exigente, um dia antes do martírio : "Em
nome de Deus e desse povo sofredor, cujos lamentos sobem ao céu todos os dias,
peço-lhes, suplico-lhes, ordeno-lhes: cessem a repressão". No dia
seguinte, durante a misa, o seu sangue selou a aliança que ele tinha feito com o seu
Deus, com o seu povo".
Em que pese o escândalo dos fundamentalistas e novos fariseus desta
Terra de Santa Cruz, coincidência ou não, enquanto contemplo mais uma vez o
testemunho de Romero, não consigo esquecer MARIELLE, a mártir mais recente
vitimada também pela perversidade da violência institucionalizada que, hoje como
ontem, ainda persiste em seus projetos de morte.
A favor ou contra, da Marielle
quase tudo já se falou. Mas, a memoria dos mártires de ontem e de hoje, só faz sentido se
aqui-agora ainda tem gente decidida a
perpetuar o legado deixado por eles , somando forças com todos e todas que, com Fé e Poesia, ainda estão dispostos a nadar destemidamente contra toda
a maré.
Foi o que presenciei nas diversas manifestações em Fortaleza, nesses
últimos dias e, então, faço questão de confessar neste blog que ACREDITO NESSA
RAPAZIADA . Nessas Juventudes que, em versos e prosas e com sincera determinação
juraram não deixar morrer o legado da MARIELLE e de quantos tombaram em nome da
Paz.
A seguir, dois trechos proclamados no Ato Cenopoético em homenagem a
Marielle e Anderson Gomes.
...
Enquanto eles usarem as armas de fogo
Abusaremos das palavras
Jogaremos coquetéis de versos incendiários.
Antes que eles venham com seus canhões e suas fardas sujas
Ocuparemos as periferias com nossa prosa revolucionária.
Enquanto eles virem com a pólvora
Nos defenderemos com a nossa arte e nossos sonhos de paz.
Sejamos fortes irmãos e irmãs:
A poesia há de nos salvar
A poesia há de nos unir
Poetas de todos os cantos,
Uni-vos
Atirem sons de liras
Cuspam na cara do sistema
Amai-vos uns aos poetas irmãos.
E assim venceremos!
Mataremos o sistema por dentro
Com sua própria vergonha de ser violento. (Aglailson Di Almeida)
...
Se tivesse que nascer
Eu nasceria
Se tivesse que viver
Eu viveria
Se tivesse que morrer
Eu morreria
Se tivesse que matar
Eu poesia
Eu poesia
Eu Poesia.
( Ray Lima)
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